No
senso comum, a psicopatia tem sido associada ao protótipo do assassino
em série, porém, nem todos os assassinos são psicopatas e nem todos os
psicopatas chegam a ser assassinos ou fisicamente violentos. A
Psicopatia é um construto psicológico que descreve um padrão de
comportamento antissocial crônico. A expressão é muitas vezes utilizada
sem distinção com o termo sociopatia (transtorno de personalidade
antissocial). Um sociopata tem aversão à sociedade, um psicopata não tem
essa aversão, mas é um indivíduo que transgride as regras e as normas
sociais. Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano
Hervey M. Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste
num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos.
Os psicopatas são pessoas que aparentemente parecem ser inofensivos e
vistos como indivíduos “normais” por quem os conhecem superficialmente.
São pessoas que, à primeira vista, causam boa impressão, revelando-se,
no entanto, desonestas e anormalmente egocêntricas. Com frequência,
adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo
fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem
culpa. Nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam
compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral,
culpando outras pessoas. De acordo com o psicólogo canadense Robert
Hare, criador de uma escala usada para medir os graus de psicopatia,
hoje universalmente aceitos para diagnosticar os portadores desse
transtorno de personalidade, “ninguém nasce psicopata, nasce com
tendências para a psicopatia”. Ele afirma que os pais, a educação
recebida e o ambiente exercem influência significativa no
desenvolvimento da psicopatia, entretanto, não são determinantes como o
fator genético. Na verdade, ambos atuam em conjunto. Os pais podem
colaborar para o desenvolvimento da psicopatia tratando mal os filhos.
Conclui, “uma boa educação está longe de ser uma garantia de que o
problema não aparecerá lá na frente, visto que os traços de
personalidade podem ser atenuados, mas não apagados”. É consenso entre a
maioria dos especialistas que a psicopatia não tem cura, ou seja, não é
tratada por meio das terapias tradicionais. Como exemplo, podemos citar
o modelo de atendimento psicológico realizado nas penitenciárias. Ele
simplesmente não tem nenhum efeito sobre os psicopatas, porque nesse
modelo, tenta-se mudar a forma como os pacientes pensam e agem
estimulando-os a colocar-se no lugar de suas vítimas. Para os
psicopatas, isso é perda de tempo. Ele não leva em conta a dor da
vítima, mas o prazer que sentiu com o crime. Apesar de muitas vezes ter a
plena consciência da perversidade dos seus crimes ou das suas intenções
criminais, um psicopata raramente aprende com os seus erros, não
conseguindo refrear os seus impulsos, carecendo por isso de superego.
Por essa razão, esse tipo de tratamento não funciona. Sendo assim, a
aparente normalidade, a sua ‘máscara de sanidade’, torna-o mais difícil
de ser reconhecido e, logicamente, mais perigoso.
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Autoria: Rangel Barbosa de Lima - Psicólogo Clínico e Organizacional |
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
O que pensa um psicopata? Existe tratamento?
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