sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Sintomas Psicopatas


Principais Sintomas

1. - Encanto superficial e manipulação

Nem todos psicopatas são encantadores, mas é expressivo o grupo deles que utilizam o encanto pessoal e, conseqüentemente capacidade de manipulação de pessoas, como meio de sobrevivência social.Através do encanto superficial o psicopata acaba coisificando as pessoas, ele as usa e quando não o servem mais, descarta-as, tal como uma coisa ou uma ferramenta usada. Talvez seja esse processo de coisificação a chave para compreendermos a absoluta falta de sentimentos do psicopata para com seus semelhantes ou para com os sentimentos de seu semelhante. Transformando seu semelhante numa coisa, ela deixa de ser seu semelhante.O encanto, a sedução e a manipulação são fenômenos que se sucedem no psicopata. Partindo do princípio de que não se pode manipular alguém que não se deixe manipular, só será possível manipular alguém se esse alguém foi antes seduzido.

2. - Mentiras sistemáticas e Comportamento fantasioso.

Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata utiliza a mentira como uma ferramenta de trabalho. Normalmente está tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando mente. Ele mente olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada.O psicopata não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou arrependimento, nem sequer sente desprazer quando mente. E mente, muitas vezes, sem nenhuma justificativa ou motivo.Normalmente o psicopata diz o que convém e o que se espera para aquela circunstância. Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações vantajosas para ele, podendo fazer-se arrependido, ofendido, magoado, simulando tentativas de suicídio, etc.É comum que o psicopata priorize algumas fantasias sobre circunstâncias reais. Isso porque sua personalidade é narcisística, quer ser admirado, quer ser o mais rico, mais bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, à seu personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade é narcisística. Esse indivíduo pode converter-se no personagem que sua imaginação cria como adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro.

3. - Ausência de Sentimentos Afetuosos

Desde criança se observa, no psicopata, um acentuado desapego aos sentimentos e um caráter dissimulado. Essa pessoa não manifesta nenhuma inclinação ou sensibilidade por nada e mantém-se normalmente indiferente aos sentimentos alheios.Os laços sentimentais habituais entre familiares não existem nos psicopatas. Além disso, eles têm grande dificuldade para entender os sentimentos dos outros mas, havendo interesse próprio, podem dissimular esses sentimentos socialmente desejáveis. Na realidade são pessoas extremamente frias, do ponto de vista emocional.

4. - Amoralidade

Os psicopatas são portadores de grande insensibilidade moral, faltando-lhes totalmente juízo e consciência morais, bem como noção de ética.

5. - Impulsividade

Também por debilidade do Superego e por insensibilidade moral, o psicopata não tem freios eficientes à sua impulsividade. A ausência de sentimentos éticos e altruístas, unidos à falta de sentimentos morais, impulsiona o psicopata a cometer brutalidades, crueldades e crimes.Essa impulsividade reflete também um baixo limiar de tolerância às frustrações, refletindo-se na desproporção entre os estímulos e as respostas, ou seja, respondendo de forma exagerada diante de estímulos mínimos e triviais. Por outro lado, os defeitos de caráter costumam fazer com que o psicopata demonstre uma absoluta falta de reação frente a estímulos importantes.

6. - Incorregibilidade

Dificilmente ou nunca o psicopata aceita os benefícios da reeducação, da advertência e da correção. Podem dissimular, como dissemos, durante algum tempo seu caráter torpe e anti-social, entretanto, na primeira oportunidade voltam à tona com as falcatruas de praxe.

7. - Falta de Adaptação Social

Já nos primeiros contatos sociais o psicopata, desde criança, manifesta uma certa crueldade e tendência a atividades delituosas. A adaptação social também fica comprometida, tendo em vista a tendência acentuada do psicopata ao egocentrismo e egoísmo, características estas percebidas pelos demais e responsável pelas dificuldades de sociabilidade.Mesmo no meio familiar o psicopata tem dificuldades de adaptação. Durante o período escolar tornam-se detestáveis tanto pelos professores quanto pelos colegas, embora possam dissimular seu caráter sociopático durante algum tempo. Nos empregos a inconstância é a característica principal.

Olhando para cima

De uma amiga recebi um e-mail retratando um falcão, um morcego e um zangão em situações parecidas.
O falcão havia sido colocado em um cercado de tela com o diâmetro de um metro quadrado onde, apesar da parte superior ser totalmente aberta, ele se tornara prisioneiro, simplesmente por estar acostumado a dar uma pequena corrida em terra antes de alçar vôo. Sem o espaço para sua corrida, permanecia prisioneiro de uma cela sem teto, sem ao menos tentar bater suas asas e voar.
O morcego, famoso por suas habilidades e agilidades no ar, acostumado a se lançar em vôo para baixo, quando colocado em um piso totalmente nivelado não consegue sair, andando de forma confusa, procurando alguma pequena elevação de onde possa se lançar ao vôo, sem sequer experimentar jogar-se para cima e bater suas asas.
O zangão colocado em um pote com a tampa aberta lá permanecerá até sua morte, totalmente destruído, por persistir na tentativa de sair pelas laterais próximas ao fundo, onde não há saída, jogando-se contra as paredes do vidro sem buscar a saída pelo alto
Existem pessoas que se comportam como o falcão, o morcego e o zangão, atirando-se contra obstáculos sem buscar outras possíveis saídas para seus problemas.
E mesmo quando nenhuma saída é encontrada, são incapazes de olhar para uma que sempre existiu, existe e existirá, aquela que está acima de tudo e de todos. Olhe para cima certamente a encontrará.
Imagino um pai, de qualquer raça, origem, posição social, financeira, cultura e educação. Ele é incapaz de impor a seu filho uma carga maior do que a que ele poderá suportar. Assim penso do meu, o mesmo de todos.
Depois de muitas outras já realizadas e comemorando a cura de um câncer, adquiri uma motocicleta nova, da marca e modelo sonhada durante anos e com amigos parti para uma nova viajem a um país vizinho.
Tudo estava perfeito, tranquilo, até que na volta, a poucos quilômetros de chegar ao Brasil, um bêbado estacionado com seu veículo às margens da rodovia resolveu fazer o contorno, exatamente no momento em que ia passar por ele.
A pancada nem cheguei a ver, ou se vi não me lembro, mas sei que metade do fígado foi perdido no impacto, fiquei doze dias em coma, passei por treze cirurgias num espaço de duzentos e oitenta dias e permaneci vinte e seis meses entre cama, cadeira der rodas, andador e muletas.
Em nenhum momento após estar lúcido, alguém me viu reclamar de algo, uma dor, nada. Não era necessário e de nada adiantaria, não poderiam me ajudar e eu já sabia que a batalha seria vencida, pois se aquilo me ocorria era porque tinha capacidade de suportar.
Era a resposta que dava a todos os amigos e amigas que me perguntavam sobre dores, como suportava sem nada reclamar ou estava sempre pronto para qualquer nova intervenção cirúrgica que os médicos julgassem necessária.
Esse é o motivo que me faz levar com tranquilidade todas as dificuldades colocadas em meu caminho. Sei que vencerei.
Apesar de haver perdido meu pai biológico ainda com doze anos, meu pai celestial, o de todos, sempre mostrou ter por nós um amor muito maior do que recebido pelos que possuem o seu na terra e se os terrenos querem bem aos filhos, imagine ÊLE.
Aprendi que sou capaz de superar todas as dificuldades, simplesmente olhando para cima. Lá, à distância de uma simples oração, está QUEM sabe que sou capaz.
João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/12/23/olhando-para-cima/ 

As paixões e o amor

Sem me recordar exatamente onde, li uma frase onde John Lennon dizia que ninguém será capaz de se apaixonar ou de ser feliz, antes de se tornar apaixonado por si mesmo.
Além de compor músicas com mensagens maravilhosas como “Imagine”, na frase John Lennon resume o que normalmente levamos décadas para perceber: só quando gostarmos de nós mesmos é que seremos capazes de verdadeiramente nos apaixonar por outra pessoa.
Interessante é que o autor se refere à paixão, mas não ao amor, o que é muito diferente e quando disse isso talvez pretendesse falar exclusivamente de paixões ou – como nos deixou muito jovem -, nem ele próprio já possuísse maturidade suficiente para amar verdadeiramente.
Atualmente os jovens ficam, namoram, noivam e se casam exatamente como seus pais fizeram, com a diferença de que em seu tempo, eles não “ficavam” e tinham muito menos liberdades sexuais.
Tudo isso normalmente ocorre durante uma fase em que as pessoas ainda não conhecem a si próprias, mas pensam já haver encontrado o amor de sua vida, aquela com quem gostariam de constituir uma família, ter filhos, netos e envelhecer junto.
Sentimentos de atração, desejo e excitação por outras pessoas ocorrerem centenas de vezes durante a vida e podem virar paixões, mas não são suficientes para se transformar em amor.
Estamos apaixonados quando nos tornamos incapazes de tirar aquela pessoa de nossas mentes e a todo instante queremos estar ou falar com ela, tocar sua pele, pegar em suas mãos e sentir seus lábios nos nossos.
No meio de um estudo na biblioteca ou durante algo que nos prenda a atenção, mesmo sem naquele momento querer ou poder, perdemos completamente a concentração para nos lembrarmos dela, com quem sonhamos e sentimos prazeres, ainda que estejamos muito distantes.
Independentemente da idade, as paixões mexem conosco, nos deixam alegres, esperançosos e cheios de desejos, físicos e mentais, fazendo com que voltemos a sentir as mesmas tensões e ansiedades amorosas da juventude.
Penso que já estamos preparados para um verdadeiro amor quando, com o amadurecimento e as paixões já vividas, vamos conseguindo distinguir sutis diferenças entre estas.
Detalhes antes imaginados muito importantes, como o físico, vão gradativamente perdendo a importância na avaliação de seus sentimentos enquanto outros, como os princípios éticos, morais, circulo de amizades, nível educacional e cultural vão sendo mais valorizados.
O companheirismo, a amizade e objetivos passam a ser considerados muito mais valiosos do que os quilos da balança ou a quantidade de rugas e cicatrizes.
Esse é o momento em que a próxima paixão, adicionada desses ingredientes, se transforma em algo bem mais sublime e diferente das anteriores, o amor.
Esse é o verdadeiro amor, maduro, calmo, sem cobranças, buscado por todos, alcançado por poucos e livre a ponto de se sustentar com todas as portas e janelas abertas.
O amor maduro é o que só consegue enxergar belas histórias de vida nas rugas do companheiro e que provoca a vontade de roubar uma flor de um jardim, somente para ver o sorriso da amada ao recebê-la.
João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/12/19/as-paixoes-e-o-amor/

Rápidas lembranças

Entrei no elevador vazio, apertei a tecla oito e comecei a pensar na vida. Repentinamente teve inicio um filme, com duração provável de segundos, mas parecendo durar décadas, pois foi o que mostrou. Desde a infância feliz, com a vida bastante regrada, cheia de horários, obrigações, mas muitas diversões, até os dias atuais, já com vários e queridos netos.
Na época do grupo, depois chamado de primário e atualmente educação fundamental, todos meus irmãos corriam para se arrumar e tomar o café antes de irmos caminhando para a escola, próxima da casa. Nos intervalos das aulas ou no caminho de volta após seu término, era comum pararmos para, com nossas raras moedas, comprarmos um sorvete de gelo, conhecido como raspadinha, que nada mais era do que uma barra de gelo raspada com uma plaina de carpinteiro e o resultado – um farelo de gelo -, colocado em um copinho e coberto por líquidos com os mais diversos sabores artificiais.
O material escolar era organizadamente guardado logo que chegávamos em casa e após um rápido banho almoçávamos. Depois de um curto período de descanso já vinha o horário de estudos, quando fazíamos as tarefas de casa determinadas pelos professores. Mais um curto período de descanso e já nos dirigíamos, a pé, para outras atividades escolares ou de esportes que, de acordo com a idade e o sexo da criança, variavam entre as aulas de inglês, balé, violão, piano, judô e natação.
Só após novas aulas e a prática de algum esporte é que tínhamos nosso período livre para brincadeiras com os amigos e amigas, mas aqueles que por qualquer motivo estavam indo mal na escola, eram proibidos de brincar e enquanto os outros brincavam, eles frequentavam as aulas particulares de reforço escolar. Ir para o clube só era permitido depois das lições de casa concluídas e se aquele não fosse dia de outras aulas ou de alguma atividade esportiva.
As brincadeiras eram de bolinhas de gude, pega-pega, esconde-esconde, pular amarelinha, e quando já um pouco maiores, vinham os carrinhos re rolimã. Logo vieram os tradicionais bailes de debutantes, quando as famílias apresentavam para a sociedade local suas filhas que estavam completando quinze anos de idade. Virávamos escoteiros, bandeirantes ou lobinhos, quando nos ensinavam a vida em sociedade e atitudes básicas de sobrevivência em situações adversas. Desfilávamos nas fanfarras dos colégios e alguns davam início aí ao aprendizado para tocar um instrumento musical.
Nos fins de semana corríamos para sermos os primeiros a entrar nos cinemas, para assim podermos guardar lugares para os amigos, amigas ou paqueras. Em casa ligávamos a vitrola e treinávamos a dança dois pra lá e dois pra cá, o twist e o rock’n roll, para depois dançarmos nas brincadeiras dançantes dos clubes. Os pontos de encontro dos jovens nos fins de semana eram em alguma lanchonete, panificadora ou sorveteria, que as meninas frequentavam com os vestidos mais curtinhos e meias arrastão. Quando alguém conseguia, dali acompanhava uma delas até a porta de sua casa onde ficava conversando na calçada, até no máximo às dez horas da noite, quando sua mãe a mandava entrar.
As músicas da época eram lindíssimas e ainda são as que mais fazem sucesso. Os primeiros veículos que dirigíamos eram logo levados a uma rua que possuía uma queda repentina de altitude e quando por lá se passava um pouco mais aceleradamente, o carro literalmente voava, caindo mais adiante com seus passageiros sentindo um enorme frio na barriga. Muito magro e alto, usava cabelos longos e calças justas com boca de sino, o máximo para a época.
Vieram as dificuldades de todos na escolha das profissões futuras, as faculdades – onde as aulas eram assistidas de paletó e gravata -, os melhores e os piores cursos e aproveitamentos, as formaturas e as buscas por empregos ou algum tipo de remuneração profissional. Alguns fizeram melhores escolhas e começam a ser recompensados por isso. Outros não escolheram tão bem ou não se esforçaram nos aprendizados e logo percebem que pagarão caro por isso.
Começaram a ser traçados os futuros de sucesso e de fracasso, principalmente financeiros, mas independentemente das posições alcançadas ou não, hoje com poucos e já brancos cabelos, com muitas rugas e cicatrizes, estou mais livre, leve, solto para perceber que o dinheiro não pode ser nossa única busca e não é o responsável pela felicidade de muitas pessoas, mas só a maturidade me mostrou isso.
O elevador parou, a porta se abriu, o sonho acabou e a realidade voltou.
João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/12/12/rapidas-lembrancas/ 

sábado, 10 de dezembro de 2011

Transtornos da aprendizagem e a necessidade de avaliação neuropsicológica


O transtorno da aprendizagem é um distúrbio neurobiológico no qual o indivíduo acometido apresenta dificuldades significativas em leitura, aritmética e/ou na escrita não justificadas pela sua capacidade cognitiva global. Essas dificuldades provêm de um funcionamento cerebral atípico, os indivíduos processam e adquirem informações de forma diferente daquela esperada para crianças ou adultos que podem aprender sem maiores dificuldades. Esse transtorno pode se manifestar na vida acadêmica como dificuldades em compreensão de textos, cálculos, raciocínio lógico, soletração, ortografia e outros.
Existem varias formas de funcionamento atípico do cérebro que podem causar um transtorno da aprendizagem. Pesquisas mostram que no caso da dislexia, há um funcionamento atípico de áreas cerebrais envolvidas no processamento fonológico, na nomeação rápida e em sistemas visuais. No caso da discalculia, um TA que afeta as habilidades de calculo e o raciocínio lógico, pesquisas recentes usando neuroimagem constatam que há um funcionamento atípico de áreas responsáveis pelo processamento lingüístico.
Transtornos da aprendizagem podem estar associados a varias outras patologias, tais como: transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, Transtorno opositivo desafiador, distúrbios neurológicos e outros. Ter um transtorno da aprendizagem pode fazer com que um indivíduo tenha sintomas depressivos e ansiosos clinicamente significativos derivados do seu baixo rendimento escolar e de dificuldades de socialização principalmente no âmbito acadêmico. Entretanto cabe ressaltar que esses transtornos não são predominantemente emocionais e nem causados por distúrbios afetivos.
Quando se suspeita da presença de um transtorno da aprendizagem, a avaliação neuropsicológica é de extrema importância. Através do exame das funções cognitivas envolvidas no TA tais como: Linguagem, Habilidades viso-perceptivas, memória, velocidade de processamento e raciocínio lógico. Podemos estabelecer com mais precisão o diagnóstico. Outra informação de extrema relevância que pode ser obtida através da avaliação neuropsicológica é a capacidade cognitiva global, segundo os critérios diagnósticos deve-se excluir a presença de déficit cognitivo.
O transtorno da aprendizagem é crônico, e pode trazer dificuldades na vida social, acadêmica e profissional. Sendo assim uma identificação precoce do quadro, com uma avaliação neuropsicológica pode ser relevante para a orientação de condutas terapêuticas adequadas e dessa forma proporcionar um melhor prognóstico.

O que é neuropsicologia?

A neuropsicologia nasceu na segunda metade do Século XIX quando neurologistas e psiquiatras europeus e norte-americanos começaram a estudar sistematicamente o comportamento de pessoas com os mais diversos tipos de lesões cerebrais e doenças neuropsiquiátricas. No Século XIX existia, e em alguns países como a Alemanha ainda existe uma especialidade denominada neuropsiquiatria (“Nervenheilkunde”). “Nervenarzt” ou “médico de nervos” é o título de um periódico tradicional na Alemanha. Em outros países a neurologia cognitiva ou comportamental é a especialidade médica contemporânea que participa da área interdisciplinar de conhecimento denominada neuropsicologia.

As observações clínicas realizadas no Século XIX demonstraram que lesões em determinadas regiões do cérebro se correlacionavam com certas alterações do comportamento e da cognição. P. ex., se uma pessoa sofre isquemia numa região lateral, inferior e posterior do lobo frontal esquerdo (a área de Broca) ela poderá apresentar um quadro de afasia caracterizado por perda de fluência na fala, dificuldades articulatórias, dificuldades com a sintaxe, prejuízo ao uso de flexões verbais, preposições e conjunções com preservação do uso de substantivos e adjetivos além de preservação relativa da capacidade de compreensão oral, constituindo uma síndrome conhecida como afasia de Broca.

Por outro lado, se uma pessoa sofre isquemia em uma região lateral, superior e posterior do lobo temporal esquerdo (a área de Wernicke), poderá apresentar um quadro de afasia caracterizado por fala abundante porém desprovida de significado, sintaxe quase normal, escassez de substantivos e adjetivos e melhor uso de verbos, preposições e conjunções, além de dificuldades acentuadas na compreensão oral. Esse quadro é conhecido como afasia de Wernicke. Mais adiante serão discutidas as principais síndromes neuropsicológicas que comprometem o cérebro em desenvolvimento.

A neuropsicologia é, portanto, a disciplina científica e clínica que estuda as relações entre cérebro e comportamento. O método da neuropsicologia é a correlação anátomo-clínica ou correlação estrutura-função: os achados sobre o comportamento e atividade cognitiva do paciente são correlacionados com modelos de localização funcional no cérebro. Os objetivos da neuropsicologia são de dupla natureza: a) localizar a lesão em termos de um modelo de correlação estrutura-função; b) obter informações sobre o perfil de funções comprometidas e preservadas para orientar o processo de reabilitação.

O tempo

Alguns anos atrás, de um médico que me salvou de um grande problema com uma cirurgia, ganhei um livro do filósofo Sêneca, “As relações humanas”. É a transcrição de uma série de cartas que o autor, já em sua velhice, após ter se retirado da Corte do Império Romano e vivendo em sua casa de campo entre os anos de 62 e 65 d.C., escreveu a Lucílio, seu discípulo e amigo.
Em uma delas Sêneca diz: “Sê o proprietário de todas as tuas horas. Serás menos escravo do amanhã se te tornares dono do presente. Enquanto a remetemos para mais tarde, a vida passa. Nada, Lucílio, nos pertence; só o tempo é nosso.”
Penso que, principalmente por haver escapado de uma doença que atualmente acomete e mata tantas pessoas, sem sequer ter de fazer nenhum tratamento além da cirurgia, acabei por entender com mais profundidade o que Sêneca tentava passar a seu aluno.
Todos sempre falamos bastante sobre o tema “como deveríamos viver”, mas dificilmente levamos a vida de modo a aproveitar verdadeiramente o que é a única coisa que realmente nos pertence – o tempo.
Assisti a uma comédia retratando um empresário de sucesso, sem tempo nenhum para a família que, ao ouvir da esposa reclamações desse tipo respondia da maneira mais comum a todos: o que está lhe faltando? Dou a você e às crianças tudo o que me pedem… e tudo o mais que todos já sabemos sobre esse tipo de argumento.
Quando a esposa lhe dizia que o que faltava a ela e aos filhos era sua presença, amor, carinho e companheirismo, sua resposta era a de que não tinha tempo para essas bobagens e que ela deveria estar sempre agradecida de possuir tudo, do bom e melhor enquanto milhões gostariam de possuir o que ela tinha.
No filme, logo ao desligar o telefone o empresário recebeu aquela visita que ninguém quer receber – a senhora morte -, que lhe informou haver chegado sua hora e que viera buscá-lo.
Apavorado o homem fez todos os apelos possíveis, dizendo que tinha muitos negócios pendentes que dependiam de sua decisão, várias reuniões e viagens de negócios agendadas, centenas de famílias dependentes de suas empresas e tudo o que imaginou possível dizer para convencer aquela senhora a se esquecer dele, chegando inclusive a tentar corrompê-la para ganhar mais quarenta anos de vida.
Depois de ouvir que como não havia aproveitado seu tempo com a família agora sua esposa iria aproveitar a vida com seu dinheiro, mas com outra pessoa, que a levaria a bailes, cinemas, teatros e passeios, o homem ficou ainda mais desolado e implorando muito, ganhou um novo prazo, de mais cinco dias vivo.
Seu desespero com o prazo diminuto foi enorme e nem se preocupando em desmarcar suas reuniões, ligou para a esposa pedindo que preparasse imediatamente suas malas e dos filhos, pois iriam viajar a passeio.
O filme é um exemplo clássico do que ocorre com todos, que acabam se envolvendo tanto com trabalho, negócios, sociedade consumista e tentando dar aos seus cada vez mais, acabam perdendo o mais importante, a convivência nas diferentes fases da vida dos seus.
Nosso desperdício de tempo com bobagens, coisas insignificantes, observações sem nenhuma importância real, discussões tolas e brigas desnecessárias, é imensurável. Mais maduros, podemos perceber, cada vez mais claramente, como perdemos tempo com algo que nada nos acrescentou e pior, muito nos diminuiu.
Só com um grande susto passamos a dar importância ao que realmente importa: viver tudo intensamente e com todos que pudermos.
 João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/12/02/o-tempo-2/

Coragens e ousadias

A insegurança vivida atualmente por todos está tornando as pessoas cada vez mais isoladas, com suas residências cercadas por enormes muros, cercas elétricas, câmaras filmando o lado externo, os porteiros dos prédios trabalhando em cabines fechadas com vidros blindados e só se comunicando através de microfones.
As novas tecnologias de comunicação, a internet e as chamadas redes sociais estão facilitando exponencialmente esse isolamento, fazendo as pessoas se distanciarem do mundo real e se aproximarem do virtual.
Como observador leigo em ciências do comportamento humano, vejo lados negativos, mas também positivos nessa nova sociedade que aí está.
As brincadeiras que conhecemos em nossa infância, com os amigos da vizinhança ou da escola, jogando bola no meio da rua hoje são impraticáveis e quando muito as crianças, acompanhadas, brincam no playground dos prédios com os únicos moradores da sua faixa etária.
Por outro lado, esse maior tempo em casa com a internet ao nosso alcance, abre um horizonte de possibilidades antes inimaginável e atualmente ainda imensurável.
Todo tipo de serviço está à disposição no teclado do computador, desde a solicitação da entrega de pratos feitos, compras de tudo o que se puder imaginar, controles bancários, pagamentos de contas, bibliotecas com milhões de títulos, músicas e filmes para todos os gostos e faixas etárias.
Podemos obter informações detalhadas e até realizar viagens virtuais por países ou locais específicos, onde não poderíamos estar fisicamente e aprender sobre as diferentes culturas existentes, nossas origens e histórias.
A possibilidade do conhecimento, ainda que virtual, de novas pessoas, dos mais variados países, culturas, nível educacional e social, liberou milhares de pessoas – principalmente as mulheres – de suas inibições, curiosidades, fantasias e desejos.
Através da internet podem se comunicar livremente, protegidas pela segurança de seu próprio lar e sem qualquer tipo de barreira, gerando maiores liberdades e coragem para expressar o que pensam e sentem.
Como crianças inocentes e curiosas, nela podem dizer e perguntar tudo, sobre os mais variados assuntos, sorrir e chorar, errar e acertar, experimentar ou recusar sem culpas ou necessidade de se explicar, justificar.
Durante os últimos cinquenta anos as mulheres do mundo todo vêm lutando por igualdades com os homens nos mais diversos setores da estrutura social. Seu sucesso é amplamente observado em vários países, muitos até governados por elas, mas em outros, sua submissão continua de modo até criminoso.
Normalmente criadas bem mais reprimidas que os homens, as mulheres encontram na internet o ambiente ideal para se liberarem de suas amarras culturais, educacionais e o que sempre buscaram: igualdade total, onde podem declarar interesse por algo ou alguém, sentir emoções, tentações e prazeres.
Vivendo essa liberdade plena as pessoas certamente transportarão para muitos momentos de sua vida real essa nova maneira de se relacionar, possibilitando a existência de um mundo muito melhor, mais aberto, franco, menos hipócrita e falso.
O que realmente interessa para todos, homens e mulheres, é estar em paz consigo mesmo e ter a coragem de buscar seus objetivos emocionais, culturais, físicos ou financeiros.
A coragem e a ousadia são as características mais importantes para nos distinguir das bilhões de pessoas existentes.
 João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/12/05/coragens-e-ousadias/

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A viagem de cada um

‘Mas não tenho mais tanta pressa. Comecei a aprender a ser mais gentil com o meu passo. Afinal, não há lugar algum para chegar além de mim. Eu sou a viajante e a viagem’ – Ana Jacomo.
Lendo esse pensamento, fiquei admirado com a capacidade da autora de resumir, em poucas palavras, o que levamos muito para entender.
Décadas de erros e acertos, alegrias e tristezas, aproximações e afastamentos são necessárias para que se entenda a vida dessa maneira.
Procuramos coisas distantes, difíceis ou praticamente impossíveis de serem atingidas, sem prestar a mínima atenção naquelas de extrema importância, que já estão ao nosso lado.
Por cobranças no cumprimento de infindáveis regras sociais de como, onde e quando, muitos de nossos comportamentos são realizados contra a nossa vontade, na tentativa de agradar terceiros, ou a todos.
Somos extremamente críticos, buscamos a perfeição em tudo e em todos. Nossas ações nunca são satisfatórias para nós mesmos, que sempre entendemos poder ter feito mais, ganhado mais, corrido mais.
Mas para que? Que importância real teria, se algo tivesse acontecido de forma não idêntica, ou em tempo um pouco maior ou menor do que programado?
Muitas pessoas se aproximaram e compartilharam conosco de pouco ou muito da nossa viagem. Algumas nos alegraram e outras nos causaram sofrimento ou até nos provocaram ira.
Mesmo dos que já nasceram próximos a nós, alguns se afastaram, causando com isso tristezas ou alegrias, mas demoramos a entender que dos afastamentos que nos entristeceram, muitos poderiam ter sido evitados e foram provocados por nossa exclusiva responsabilidade.
Novos afastamentos ainda deverão ocorrer, mas as gentilezas – raramente realizadas-, ajudariam tanto nas oportunidades de nos reaproximarmos de alguns, como facilitariam a aproximação com outros.
Levamos décadas para termos a coragem de rir de nossos próprios erros, como rimos quando algo divertido ocorre com os outros. Sendo menos exigentes, poderíamos ter compartilhado de muitas alegrias, fazendo companhia aos que já estavam rindo, mesmo que naquele momento o motivo dos risos fôssemos nós.
Analisando o passado, não me lembro de nenhuma ocasião em que, mesmo tendo de correr bastante para um encontro agendado, alguém ganhou algo quando chegou antes do previsto, pontualmente, ou foi punido, por haver chegado um pouco mais tarde.
Muitos erros foram cometidos por todos, nas mais diversas áreas, mas percebo naqueles que já atingiram a maturidade, a tentativa fazer menos autocríticas, deixando de se penitenciarem por algo que tenha ocorrido e que atualmente não fariam. O mais importante é haver aprendido com eles, para que não se repitam.
Essa capacidade, que não se possui ou sequer é buscada na juventude, tranquiliza os que a têm, mas só é adquirida por aqueles já com muita experiência e menos ilusões.
Com as quedas aprendemos a levantar, nos tornamos diferentes, aprendemos a gostar de nós mesmos e só então, passamos a realmente poder gostar de outros.
Percebo só agora, o que deveria ter entendido antes, que nenhum objetivo na vida era mais importante que conhecer a mim mesmo.
João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/11/21/a-viagem-de-cada-um/

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Novos caminhos e horizontes

Em segundos, com o impacto de um acidente de motocicleta, provocado por um bêbado que com um carro roubado cruzou minha vida em uma rodovia, uma viagem de lazer foi brutalmente interrompida.
Submetido a treze cirurgias durante os 10 primeiros meses, permaneci 25 entre cama e cadeira de rodas, o que, em diversos aspectos, transformou minha vida.
Os sonhos, planos, projetos e compromissos precisaram ser adiados, revistos, modificados e alguns – poucos – deixaram de existir.
Durante um bom período não era capaz de me alimentar, tomar banho ou qualquer outra coisa que necessitasse das mãos e sequer ficava de pé, com uma das pernas em péssimas condições.
Os aparelhos e pinos nas mãos tornavam muitas ações pequenas e simples – como levar um talher com alimento em direção à própria boca -, muito difíceis de serem realizadas, a ponto de um grande amigo haver me dado de presente uma colher que ele próprio entortara, em um ângulo de 90 graus.
Além das seqüelas físicas remanescentes, o fato de mesmo que só por um período, haver ficado totalmente dependente de outras pessoas, me modificou, tanto psicologicamente, quanto em relação à vida profissional, na administração de meus bens, principalmente por sempre ter sido muito ativo e centralizador.
Após mais de um ano do acidente, cansado da imobilidade física e necessitando manter pelo menos a mente com bastante atividade, comecei escrever, o que antes fazia muito esporadicamente, sobre temas específicos, profissionais, enquanto exercia a política classista em uma entidade que presidia.
A idéia era falar sobre tudo, do cotidiano, principalmente para deixar registrado para meus netos o que pensava sobre os mais variados assuntos e, para isso, resolvi montar um blog, baseado em uma experiência anterior.
Para registrar uma viagem de motocicleta que realizei até Santiago, no Chile, havia construído um, onde diariamente postava as fotos dos locais por onde passava e fazia um relato do trecho percorrido no dia e do local onde estava, para que meus filhos pudessem acompanhar a aventura diariamente, postar comentários ou fazer perguntas.
Com o desenvolvimento do projeto, resolvi ampliar as possibilidades postando, além de textos, meus e de terceiros, notícias e vídeos musicais, unindo assim o prazer da leitura ao da música, minha grande paixão.
Apesar de existirem diversas possibilidades, em nenhum momento minha intenção foi a de buscar um retorno financeiro com o blog da viagem ou com este, que ficou pronto em outubro de 2009.
Com dois anos de existência, o novo blog mostra dados bastante interessantes e antes não imaginados, principalmente pelo número de pessoas que passaram a se interessar por meus textos e os diversos blogs e jornais que me adicionaram como seu colunista.
Atualmente já recebemos mais de 90.000 visitas e a cada publicação aumentam os blogs, sites e jornais, de diversas regiões do país, que republicam meus textos, multiplicando exponencialmente e de modo imensurável, os leitores que se interessam por eles.
Aqueles que ao cair se levantam e seguem adiante, sempre encontrarão caminhos diferentes para um horizonte antes desconhecido.

João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/11/04/novos-caminhos-e-horizontes/ 

As lições do passado

Constantemente podemos perceber pessoas aflitas, tensas, com algo ocorrido em suas vidas. Raramente se lembram que o que já ocorreu não tem mais como ser apagado, já foi, bem ou mal, resolvido.
O máximo que podem e devem fazer é buscar alternativas para solucionar algo que não saiu como esperado e acabou magoando ou prejudicando alguém ou a elas próprias.
É incrível como só com mais experiência e maturidade acabamos percebendo o óbvio, que não devemos nos repreender ou ficarmos tristes com o que ocorreu no passado, se erramos ou erraram conosco, se magoamos ou se fomos magoados, se sofremos ou fizemos sofrer.
Nenhuma dessas situações poderá ser alterada, mas se realmente desejarmos, podem ser amenizadas, tornar-se menos dolorosas para quem quer que seja e servir de exemplo, que poderá impedir novos erros.
Analisando o passado podemos perceber claramente, nas experiências alheias e em todas as áreas, atitudes mais ou menos convenientes, que provocaram diferentes resultados. Esse tipo de observação é uma ótima escola, onde podemos aprender sem a necessidade de praticar o que já não deu certo com outros.
Invariavelmente, os jovens ridicularizam esse passado, considerando-o uma fonte de informações ultrapassadas, mas, com a maturidade, perceberão como poderiam ter melhor conduzido sua vida, errado menos e obtido maior sucesso, se simplesmente tivessem tido a humildade de, olhando para trás, aprender com o que historicamente ocorreu na humanidade, e lá buscando exemplos que poderiam ter facilitado inclusive sua escolha da profissão a seguir, decisão crucial para seu futuro.
Em diversos ambientes e épocas, os temas mais variados, como amizades, relacionamentos, paixões, amores, brigas, revoluções e guerras, podem ser observados e orientar nossas decisões.
Essa análise histórica nos mostra os bons e os maus exemplos, os erros e acertos cometidos, facilitando nossas escolhas, nas ações e atitudes corriqueiras, do caminho a ser seguido com maiores chances de sucesso.
Negócios mais ou menos lucrativos já foram exaustivamente tentados, em diferentes países, pontos e climas, para as populações mais variadas, tanto culturalmente como por seu poder aquisitivo, podendo servir de exemplo para pessoas de qualquer raça, cultura, credo, posição social ou nível educacional.
O homem sempre aprendeu muito na área comercial, olhando seus antepassados, mas ensinamentos tradicionais óbvios, como o de só procurar vender para quem pode comprar, ainda não foram absorvidos por muitos, como por Lula, que só buscava parcerias comerciais com seus parceiros ideológicos, dirigentes de pequenos países, sem nenhuma expressão comercial ou populacional, como Cuba, Bolívia, Venezuela, Líbia e Irã.
Com as novas tecnologias surgem milhares de novas oportunidades, mas a história continua e permanecerá nos ensinando muito, pois só com a observação e os estudos do passado os homens foram capazes de produzir tudo o que hoje nos envolve e utilizamos.
Todas as experiências vividas, mesmo as piores, sempre possuem um lado bom, o da lição, infelizmente só aproveitado por aqueles que sempre ouvem e observam, buscando seu crescimento como seres humanos.
Aceitar como passado os fatos e ocorrências de nossas vidas é o primeiro passo para soluções futuras, mas só a minoria, os maduros e humildes fazem isso e aprendem com a observação e análise da história.
 João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/11/07/as-licoes-do-passado/

Vida breve…


Ainda outro dia, depois das aulas e das tarefas feitas, jogava bolinhas de gude com amigos na calçada de casa…
No mês de agosto, os meninos faziam seus papagaios de papel de seda e goma arábica, tentando que fossem mais coloridos e com o rabo maior que o dos outros…
Ao anoitecer, os pais já cansados e querendo um pouco de sossego, nos davam algumas moedas para apanharmos vagalumes…
As brincadeiras mais comuns eram as de pega-pega, esconde-esconde, cabra cega, amarelinha e queimada…
Depois vieram os jogos de futebol e para meninas, outros tipos de brincadeiras, considerados mais apropriados…
Os pais que podiam, colocavam seus filhos no judô e na natação, as meninas no balé e piano, e ambos no inglês…
Como diversão, a grande novidade eram os patins, antecessor do skate…
As fanfarras treinavam o ano todo para raríssimas apresentações, no sete de setembro ou nos concursos estaduais, quando, as meninas faziam belíssimas apresentações de malabarismos…
Vieram as aulas de datilografia, que os mais novos sequer sabem do que se trata…
As brincadeiras dançantes em clubes eram destinadas aos menores de idade e animados com música ao vivo…
O limite de horário era sempre muito rígido, 22 horas, e queríamos envelhecer mais rapidamente…
Vieram os bailes, os carnavais, os cinemas e os namoros, todos muito diferentes dos atuais…
A cuba libre era a bebida da moda e alguns se embebedaram pela primeira vez…
Ouvíamos os Beatles, Creedence CR, Carpenters, Ray Charles, Cat Stevens, Aretha Franklin, Tina Turner e centenas de outros de elevado padrão musical, com músicas também muito diferentes das atuais…
Veio a faculdade, muitos estudos, músicas, namoradas e bailes, mas a sonhada formatura, só para a minoria…
Começou a vida de responsabilidades, trabalho, busca de renda, casamento, filhos…
A tensão era ser enorme, com muitas preocupações com a educação e saúde dos pequenos, seu futuro…
Agora são os filhos que passam pelas mesmas situações, nos alegrando ou preocupando…
Apareceram rugas e cicatrizes, muitas no corpo outras na alma…
Muitos cabelos caíram e outros ficaram brancos, os sonhos diminuíram e fiquei mais realista…
Os netos começam a crescer e de um modo ou de outro a viver tudo o que eu e seus pais vivemos…
Aos 60 anos, muitos nos acham quadrados, ultrapassados, com poucas idéias úteis, mas na sua idade, eu achava que uma pessoa com 35, 40 anos já era velha…
Realmente diminuíram minhas destrezas, estou cada vez mais lento, física e mentalmente, mas é uma fase maravilhosa, pois já aprendi e senti bastante, mas tenho fome de novos aprendizados e sentimentos…
Foi tudo muito rápido e o que mais quero agora, é que tudo demore muito…

João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/11/11/vida-breve/

Pressas, erros e indelicadezas

As novas tecnologias e redes sociais nos permitem saber de pessoas que haviam sumido de nossas vidas, das quais nunca mais soubemos.
Agora estão ali, a uma tecla da reaproximação, mas acontecimentos passados, alguns tolos e outros de maior gravidade, nos levam a algumas dúvidas, se seremos aceitos ou se ainda que virtualmente, queremos esse reencontro.
Só com o tempo, a maturidade e oportunidades como estas, acabamos entendendo que muitas pessoas que passaram por nossas vidas poderiam ter permanecido se não tivéssemos sido tão infantis, intransigentes, egoístas e donos da verdade.
Quando jovens, imaginando já sermos muito sabidos, frequentemente discutimos com os mais velhos e nos rebelamos por nada, brigamos por pouco e realizamos diversas atividades que, já mais experientes, certamente não repetiríamos.
Aceleramos o veículo, mesmo quando teremos de frear no sinaleiro da próxima esquina e temos pressa, como se, mesmo nos momentos de prazeres físicos, o início e o fim fossem urgentes. Ainda buscamos muito mais quantidade do que qualidade.
Corremos muitos riscos, com pressas desnecessárias, quase sempre sem um objetivo real ou que não pudesse ser adiado. Após milhares de exemplos trágicos, ainda realizamos viagens, inclusive as de lazer, em velocidades excessivas, arriscando vidas e a fazer sofrer famílias inteiras.
Egoístas, como se fossemos o centro do mundo, tomamos atitudes impensadas, desagradando muitos, por raramente termos nos preocupado com o que alguém sentiria com elas. Em diversas oportunidades dizemos palavras que nunca deveriam ter sido ditas, ou silenciamos quando o momento exigia que disséssemos algo, sem nos preocuparmos se essa atitude machucaria alguém.
Não retribuímos muitas atitudes de carinho que nos demonstram as pessoas, algumas desconhecidas, num simples ato de desejar bom dia e perdendo, muitas vezes, a oportunidade de conhecer pessoas encantadoras.
Muitos realizam brincadeiras de mau gosto ou humilhantes, sem nunca se preocupar em quais seriam as consequências, muitas vezes provocando traumas que serão carregados por toda a vida.
Outros são verdadeiros selvagens no trânsito, respondendo a provocações, discutindo ou brigando por motivos insignificantes, que poderiam gerar consequencias imprevisíveis, inclusive fatais.
Ferimos e fomos feridos em centenas de oportunidades e sem uma explicação conhecida, sonhamos com pessoas de quem gostamos muito, que amamos, mas também com aqueles que gostaríamos de nem nos lembrar.
Amamos e nos apaixonamos, fomos ou não retribuídos, mas muitos confundiram sentimentos, achando que quem os amava deveria servir-los, estar à sua disposição, sem nenhuma retribuição, ferindo, dessa maneira, exatamente quem os amava.
Deixamos de demonstrar ou declarar claramente nosso amor ao nosso par e por simples comodismo, preguiça ou falta de educação mesmo, sequer retribuímos, dando simples telefonemas ou realizando visitas de cortesia, para pessoas que sempre nos trataram muito bem, com carinho, amizade e respeito.
Muitas vezes, só tardiamente percebemos a importância e a dedicação daqueles que, por amor, estiveram do nosso lado, sem que lhes déssemos o devido valor.
As indelicadezas, deslizes e erros, quando cometidos repetidamente, acabam se tornando indesculpáveis.

João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/11/14/pressas-erros-e-indelicadezas/

Felicidade

“É muito fácil ser extremamente infeliz. E não é difícil, é inteiramente impossível ser feliz.” – Arthur Schopenhauer
Durante as leituras diárias, onde busco saciar parte de minha fome por aprendizados, encontrei a frase acima e me dediquei a pensar sobre o assunto, tentando me lembrar se já havia conhecido alguém feliz.
Ainda quando criança, em uma fazenda no estado de São Paulo, conheci um trabalhador muito forte fisicamente, o pernambucano José Luiz, que era incapaz de responder uma pergunta, sobre qualquer assunto, sem dar um enorme sorriso, expondo dentes extremamente bonitos e sadios.
Rindo a cada frase, ele contava sobre um raio que caiu em sua casa, nas margens do rio Paranapanema, quando ele, todos os seus seis filhos, a esposa e a sogra caíram com o choque e agonizavam com a língua enrolada para dentro da garganta, o que antes eu não sabia que ocorria em uma descarga elétrica muito forte. Arrastando-se pelo chão da casa ele puxou a língua de todos e só a sogra, a que deixou por último, morreu.
Era uma gozação enorme, com todos os colonos da propriedade, que sabiam do ocorrido se lembravam que só sua sogra morreu. Percebia-se claramente, em diversas conversas dele e dos familiares, que ele gostava da sogra como da própria mãe, que por mais que parecesse ele não havia deixado a velha por último buscando propositadamente sua morte, mas que ela estava no quarto, mais distante dos outros e pela idade não resistiu.
Maior exemplo que conheci de felicidade, o José Luiz ria durante o trabalho, conversando, sempre, mas mesmo rindo, em conversas mais sérias mostrava diversas tristezas, infelicidades, como a morte da sogra. Não era feliz.
Pessoas milionárias nunca se satisfazem com seu patrimônio e mesmo com todo esse dinheiro, quando adoecem, se desesperam, pois só conseguem retardar, muitas vezes só vegetando, mas não escapam da morte. Pessoas saudáveis reclamam de uma simples gripe, as mulheres nunca estão satisfeitas com seu corpo ou seu cabelo, os homens estão sempre olhando para o lado e as buscas, em diversos aspectos, são incessantes para ambos.
Muitos, extremamente abençoados durante sua vida, são cultos, bonitos, ricos, frequentam os melhores espaços de lazer, são felizes por centenas de momentos, mas sempre possuem algum tipo de reclamação, de algo que gostariam de fazer ou que ocorresse, não estando satisfeitos com sua vida.
Outros, mesmo já tendo nascido com alguma dificuldade, física ou mental, são alegres, sorridentes, sendo comum inclusive recebermos e-mails com imagens de pessoas com problemas gravíssimos, dando exemplos de vida aos que nasceram e permanecem perfeitos, mas certamente seriam mais felizes se não possuíssem aquele problema.
Ao redor do mundo, milhões de pessoas sofrem por diversos motivos, como insegurança, drogas, guerra, fome, falta de água e escravidão, dando diariamente exemplos de que deveríamos estar muito satisfeitos com o que somos e temos. Por mais problemas ou dificuldades que tenhamos, elas sempre serão pequenas, se comparadas às de milhares de outras pessoas.
Baixando nosso olhar, em busca das ocorrências em nossa cidade, município, estado, país ou mundo, certamente teríamos que nos sentir envergonhados de possuir algo para reclamar e de não estarmos sempre muito felizes.
“Que se transfira o homem a um país utópico, em que tudo crescesse sem ser plantado, as pombas revoassem já assadas, e cada um encontrasse logo e sem dificuldade sua bem amada. Ali em parte os homens morrerão de tédio, ou se enforcarão, em parte promoverão guerras, massacres e assassinatos, para assim se proporcionar mais sofrimento do que o posto pela natureza.” diz ainda Schopenhauer.
Por nunca se sentirem satisfeitos, a felicidade acaba se tornando um objetivo inalcançável para os seres humanos.
João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/11/18/felicidade/ 

domingo, 6 de novembro de 2011

ÊXITO NA PSICANÁLISE: AS NEUROSES



As características gerais que diferenciam as neuroses, mais corretamente denominadas psiconeuroses, das psicoses, dependem das etiologias supostas.
Muitos autores internacionais descrevem uma continuidade de reações associadas com defesas cada vez mais primitivas, que se estendem desde os distúrbios de personalidade através das neuroses até as psicoses. As distinções se reduzem pelo emprego do termo "reação", no glossário americano, para descrever tanto as doenças psicóticas, como as neuróticas (por exemplo, reação de angústia, reação maníaco-depressiva), enquanto na psiquiatria britânica, uma divisão mais definida é usada (neurose de angústia, psicose maníaco-depressiva). A tendência é de considerar as neuroses como doenças menos graves e mais benignas do que as psicoses, porém, com a introdução de medicação cada vez mais eficaz, algumas psicoses têm agora melhor prognóstico do que muitas enfermidades neuróticas, estas tratadas com êxito pela Psicanálise.
Uma neurose obsessiva, por exemplo, pode ser mais crônica e incapacita muito mais que alguns episódios de depressão endógena. O diagnóstico de uma psicose implica em um distúrbio com maiores ramificações por toda a personalidade, na qual há menor contato com a realidade e, potencialmente, maior desagregação no ajustamento social do que no caso de neurose.
Na psicose, há também, comumente, um comprometimento ou perda do discernimento quanto à doença. Essas características são válidas para muitas doenças psicóticas, porém não para todas, e alguns aspectos podem ser observados em certas doenças neuróticas. Talvez uma das diferenças mais importantes provenha das descobertas de medicação de eficacidade crescente para as psicoses, enquanto as drogas parecem ser de valor principalmente sintomático nas neuroses. Assim, infere-se que nas psicoses, há lesão estrutural ou funcional. Ambas podem estar presentes nas psicoses orgânicas, enquanto na esquizofrenia e nas psicoses afetivas, a anormalidade pode ser de tipo metabólico, com associação genética.
Contudo, estes problemas são de pouco interesse em situações clínicas agudas, nas quais a preocupação primária é com os sinais e sintomas, e as diferenças mais gerais têm pouca importância na prática.
Nas formas mais benignas, ocorrem normalmente experiências semelhantes às neuroses e essas, nestas circunstâncias, podem ser consideradas como mecanismo de adaptação. A ansiedade moderada suscita vigilância mental em uma situação de alerta, e a ansiedade mais grave levará a evitar a situação ameaçadora que lhe é associada. A depressão após a perda de um indivíduo afetivamente significativo pode ser parte de um processo de luto normal. O luto é necessário como um meio de conseguir libertar-se da perda dos laços afetivos. Contudo, quando a ansiedade ou a depressão são graves ou cronicamente incapacitadoras, devem ser consideradas anormais, apesar de que os limites entre a normalidade e a patologia nem sempre são definidos e são muitas vezes relativos às circunstâncias de cada caso.
Habitualmente, são descritas cinco neuroses principais: neurose de angústia, com ansiedade fóbica considerada separadamente, histeria, neurose obsessiva e depressão neurótica. Serão estudadas separadamente, a fim de enfatizar a sintomatologia básica, porém na prática, as neuroses ocorrem quase invariavelmente em formas associadas, sendo a ansiedade e a depressão uma combinação particularmente comum.
Dr.Wagner Paulon - Fonte: www.artigos.com

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Belezas invisíveis


 
Os que trabalham ou conviveram na área rural certamente já ouviram relatos de bovinos que sumiram e só são encontrados já mortos, dentro de buracos, quando se vê os urubus sobrevoando o local. Presenciei, anos atrás, um trator que preparando terras para o plantio, literalmente afundou ao passar sobre um formigueiro abandonado, o que não ocorre, por maior que seja a máquina, enquanto o formigueiro é habitado.
Quantas vezes passamos sobre um formigueiro, sem imaginar que matando as formigas nele existentes, este poderia afundar e comprometer a estrutura da casa construída ao seu lado ou sobre ele, ou até mesmo antes que existisse?
Vivemos sem notar milhões de detalhes da natureza como os formigueiros, ou mesmo a organização destes e das colméias, que nos fornecem alimentos e remédios – mas também matam -, sem observar as flores e paisagens, o cuidado dos animais com suas crias, os movimentos delicados de um pássaro construindo seu ninho, a imediata brotação das sementes logo após as primeiras chuvas.
Nos mamíferos, o instinto materno faz com que, imediatamente após o parto, a mãe já lamba sua cria livrando-a dos restos da placenta e cortando seu cordão umbilical. As crias, por outro lado, mesmo as que não enxergam como os cães e gatos, por ainda não terem aberto seus olhos, já se arrastam, enquanto outros como os bezerros, já ficam de pé, mas todos logo saem em busca das tetas maternas para se alimentarem, diferente do ser humano, que após o nascimento não sobrevive sem ser alimentado e cuidado.
Milhares de questionamentos e observações antes consideradas insignificantes, bobagem ou perda de tempo, impensáveis para os mais jovens, normalmente só são realizados pelos mais velhos, experientes, com maturidade, quando dedicamos tempo para admirar a beleza de tantas diferenças.
Com fotografias tentamos ‘arquivar’ uma cena admirada em determinado local ou momento, mas as imagens mais belas sempre serão aquelas da natureza, inusitadas, que não possuem formas ou cores definidas, que não são ou jamais serão, iguais a nenhuma outra, como uma experiência inesquecível para quem a teve, de despertar com o som de pássaros livres, cantando, dando boas vindas ao sol.
Os detalhes do nascer ou por do sol no horizonte, com suas cores e sons totalmente distintos a cada dia, só são realmente admirados por aqueles que já não possuem mais pressa, que ficam encantados quando ouvem o canto de um sabiá-laranjeira perdido em uma rua da cidade do interior e podem se dedicar a observar e ouvi-lo.
São pessoas capazes de permanecer parados à margem de uma rodovia, aguardando um bando de Quatis que atravessam a pista e que procuram fotografá-los, para compartilhar aquele momento com os amigos. Para esses, a pressa já não é importante, pois em tudo que agora fazem, o que mais interessa é que seja bem feito.
Os que atingem esse estágio da vida já não passam pelos mais diversos locais sem nada perceber e, muitas vezes, interrompem o que faziam para poder observar o desabrochar de uma rosa ou os movimentos de uma plantação de girassóis.
Sabem que quando o sol está muito alto, os pássaros não voam ou cantam, os animais silenciam na mata, os peixes sequer buscam as iscas dos pescadores e, por isso, os de cabelos já brancos ancoram seus barcos sob a sombra de uma árvore, na margem do rio, para descansar no mais puro e profundo silêncio.
Só os mais maduros entendem que a observação é a única chave capaz de abrir a porta para as belezas invisíveis aos jovens.
João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/10/17/belezas-invisiveis/ 

A evolução e a saúde humana


 
Em meados da década de 60, menos de 50 anos atrás, costumava passar as férias escolares em uma propriedade rural, onde sequer a energia elétrica existia. As geladeiras, para os que na época possuíam esse conforto no meio rural, assim como os lampiões para iluminação, funcionavam a querosene ou, quando já mais modernas, a gás.
As parteiras ainda eram muito comuns em toda a região e raramente uma mulher era levada para que seu parto fosse realizado em um hospital. Doenças mais comuns e até pessoas picadas por cobras, muitas vezes eram tratadas por benzedores, trazidos de distâncias até maiores de onde existiria um médico, tamanha era a fé de muitos em sua capacidade de cura.
Crianças nuas e descalças brincavam no quintal de terra das casas puxando um barbante que na outra extremidade transpassava uma lata de massa de tomate vazia que rolava, como se fosse um carrinho, ou correndo com um velho cabo de vassoura entre as pernas, seguro em uma das pontas por dois fios de barbante imitando rédeas, como se montado em um cavalo e as espigas de milho retiradas do pé ainda pequenas, na fase em que na ponta possuem uns fiapos, como fios de cabelo, eram as bonecas.
Ao seu lado, galinhas e porcos soltos cruzavam o esgoto que corria a céu aberto, buscando restos de comida e eram tocados pelos cães quando tentavam roubar alimentos depositados nas varandas das casas onde, em um gancho feito com a canela seca de um veado, também estava pendurado todo o equipamento de montaria dos trabalhadores, que raramente possuíam uma geladeira ou sequer um lampião a gás, utilizavam lamparinas a querosene e mantinham a carne salgada, o charque, ou frita e armazenada em pedaços, imersa em banha suína, em latas de 20 litros fabricadas especificamente para esse fim.
Todas essas cenas eram muito comuns no interior do Estado de São Paulo, o mais desenvolvido do país, possibilitando imaginarmos como seria a vida nas regiões mais distantes, menos desenvolvidas. Mesmo assim, muitas pessoas com mais de 30, 40 anos, que nunca haviam ido a um consultório médico ou odontológico e haviam sido criadas em condições de higiene ainda piores daquelas vividas por seus filhos, possuíam a dentição perfeita, com lindos sorrisos, sem nunca ter tido uma só cárie ou qualquer outro tipo de doença.
Atualmente as crianças são superprotegidas, passam o dia diante da televisão ou de jogos eletrônicos, e mesmo os que praticam algum tipo de esporte se exercitam muito menos que seus antepassados. Como não andam descalças e possuem raríssimos contatos com a natureza ou animais domésticos, como tiveram seus pais e avós, elas não são expostas a vírus e bactérias comuns no meio ambiente, dificultando a criação natural de diversos anticorpos em seu organismo.
A agressão física que sofremos pelo uso das novas tecnologias, necessárias para a produção de alimentos suficientes para alimentar os bilhões de pessoas que hoje habitam nosso planeta, está nos tornando seres muito mais frágeis, suscetíveis a diversas doenças causadas principalmente pelos novos tipos de alimentação e a inatividade física.
Ao despertar escovamos os dentes com uma pasta repleta de produtos químicos; tomamos café produzido com muitos agrotóxicos; inseticidas são aplicados quase que diariamente na produção de hortaliças, frutas e verduras; antibióticos são usados em larga escala na produção de aves e suínos; a água que bebemos contém flúor e outros produtos para purificá-la e equilibrar seu PH, enquanto as fábricas despejam milhares de carros, caminhões e motocicletas diariamente nas ruas, aumentando exponencialmente a emissão de gases poluentes na atmosfera.
Com o conhecimento gerado pelas pesquisas realizadas nos últimos cinquenta anos, surgiram novas drogas, vacinas, exames preventivos, equipamentos hospitalares e tantas outras possibilidades que a média de vida do brasileiro quase que dobrou no período.
Enquanto a evolução científica prorroga a expectativa de vida e nos proporciona maiores confortos, os veículos mais acessíveis a todos, a diminuição dos trabalhos braçais, a consequente falta de exercícios físicos e os alimentos industrializados, nos tomam a saúde.
João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br/2011/10/21/a-evolucao-e-a-saude-humana/

SERRA TALHADA - PE - II FÓRUM DE AÇÕES ARTICULADAS NA EDUCAÇÃO

SERRA TALHADA - PE - II FÓRUM DE AÇÕES ARTICULADAS NA EDUCAÇÃO
Foi realizado com muito sucesso no dia 04 de Novembro o II FÓRUM DE AÇÕES ARTICULADAS NA EDUCAÇÃO DE SERRA TALHADA - “POR UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS” – LOCAL: AUDITÓRIO DO COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃO – ESCOLA NORMAL - REALIZAÇÃO: GOVERNO DE SERRA TALHADA - SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – no qual se fez presente na abertura o Prefeito Dr. Carlos Evandro, o Vice-Prefeito Luciano Duque, Secretário de Agricultura Rafael Fernandes, o Secretário de Educação Israel Alves que conduziu junto com sua equipe da SME, todo evento e, os Palestrantes Professor José Nivaldo Monteiro dos Santos (Tema: A Influência Comportamental no Ser Humano e Suas Implicações na Educação), Professora Francisca Raquel Cavalcanti César de Souza (Tema: Interdisciplinaridade no Cotidiano Escolar), Filósofo José Ayrton Monteiro (Tema: Ensino Integral – A nova perspectiva de organização do espaço escolar), Professora Rosaline C. P. Paixão (Tema: Indicadores de Qualidade na Educação Infantil), Professora Herica Karina Cavalcanti de Lima (Tema: Alfabetização e Letramento da Pré – Escola ao 5º Ano do Ensino Fundamental), Professor Diógenes Maclyne (Tema: Avaliações Sistêmicas Educacionais), Professor Wagner Dias Vasconcelos (Tema: A Tecnologia da Informação a Serviço do Educador), Professora Luciana Vieira Demery (Tema: Educação de Jovens e Adultos – Sucessos e Insucessos) e o Professor Paulo Roberto Souza Ramos (Tema: Educação Inclusiva). No evento se fez presente mais de 600 (seiscentos) educadores, tendo iniciado as 09h e sendo concluído as 18h30min.


Professor Nivaldo Monteiro, Prefeito de Serra Talhada Dr. Carlos Evandro, Vice-Prefeito Luciano Duque.


Professores Nivaldo Monteiro e Israel Alves - Secretário de Educação de Serra Talhada

PROFESSOR NIVALDO MONTEIRO E MANOEL GOMES - SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DE OROBÓ - PE

PROFESSOR NIVALDO MONTEIRO E MANOEL GOMES - SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO  DE OROBÓ - PE
No dia 05 de Novembro de 2011, estaremos iniciando cursos de Pós-Graduação pela FACULDADE ANCHIETA, nesta cidade com apoio do Sr. Secretário de Educação do Município, Manoel Gomes Barbosa, que estava presente no Encontro do PAR - MEC em Pesqueira - PE e, em breve estarei realizando uma PALESTRA para os PROFESSORES da rede Municipal desta cidade.

CAPACITAÇÃO - Do Lúdico ao Abstrato: Formação de Conceitos Matemáticos - CASINHAS - PE

CAPACITAÇÃO - Do Lúdico ao Abstrato: Formação de Conceitos Matemáticos - CASINHAS - PE
Capacitação para Educadores de Matemática do Ensino Fundamental I e II da Rede Municipal, no dia 24 de novembro de 2011, pelo PROFAE - Programa de Formação e Atualização Educacional.

PALESTRA - DROGAS: UM CAMINHO SEM VOLTA - CRAS - SERRA NEGRA - BEZERROS - PE

PALESTRA - DROGAS: UM CAMINHO SEM VOLTA - CRAS - SERRA NEGRA - BEZERROS - PE
Palestra realizada no dia 29 de novembro de 2011 no CRAS - Serra Negra - Bezerros - PE - com a presença de jovens da comunidade e equipe profissional, Gestora, Assistente Social, Psicóloga, Professores e demais Assistentes.

PALESTRA NO CEMAIC - BEZERROS - PE

PALESTRA NO CEMAIC - BEZERROS - PE
No dia 13 de dezembro de 2011 em - BEZERROS - PE, foram realizadas as PALESTRAS com os TEMAS: SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA e DROGAS NA ADOLESCÊNCIA: UM CAMINHO SEM VOLTA, no – CEMAIC, na qual fizeram-se presentes Professores e alunos do Ensino Fundamental II, num total de 120, aproximadamente.

PALESTRA NA ESCOLA MUNICIPAL NELSON CASTANHA - ENCRUZILHADA - BEZERROS - PE

PALESTRA NA ESCOLA MUNICIPAL NELSON CASTANHA - ENCRUZILHADA - BEZERROS - PE
No dia 14 de dezembro de 2011 em - BEZERROS - PE, foram realizadas as PALESTRAS com os TEMAS: SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA e DROGAS NA ADOLESCÊNCIA: UM CAMINHO SEM VOLTA, na ESCOLA MUNICIPAL NELSON CASTANHA, na qual fizeram-se presentes Professores e alunos do Ensino Fundamental II, num total de 60, aproximadamente.

Reverência ao Destino

Reverência ao Destino
"Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião... Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer. Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias... Difícil é encontrar e refletir sobre os seus próprios erros. Fácil é fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir... Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer a verdade quando for preciso. Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre a mesma... Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado... Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente conhece. Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã... Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes impulsivas e às vezes impetuosas, a cada dia que passa. Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar... Difícil é mentir para o nosso coração. ( ... ) ( Extraído do Livro Ágape - fls. 119/120 )

UM ARTISTA BEZERRENSE QUE É DESTAQUE NACIONAL

UM ARTISTA BEZERRENSE QUE É DESTAQUE NACIONAL
José Roberval de Lima - Artista Plástico (81)91795913 E-mail: jrobeval@hotmail.com

CANTORES BEZERRENSES

CANTORES BEZERRENSES
WALTER LINS - CANTOR / COMPOSITOR - CONTRATE: (081) 9660-2325

CHARLES ALEXANDRE - CANTOR / COMPOSITOR - CONTRATE: (81)9124.5303 - E-mail: charles_alexandre2010@yahoo.com.br

MARCOS MONTEZ - CONTRATE, ligue para: (81)9646.6067 - (81)8825.0643 ou marcosmontez@bol.com.br