Tal como a matemática estuda diversas disciplinas, como a aritmética e a geometria, também a filosofia estuda diversas disciplinas, como a epistemologia (que estuda o conhecimento), a estética e a filosofia da arte, a ética e a filosofia política, a filosofia da religião, a filosofia das ciências e a lógica.
É muito fácil definir a lógica: é a disciplina que estuda as inferências, os raciocínios ou os argumentos. Mas o que é uma inferência, um raciocínio ou um argumento? Bom, uma inferência ou um raciocínio é o processo de concluir uma certa frase a partir de um certo conjunto de outras frases. Há muitas formas de raciocínios: raciocínios dedutivos, indutivos, analógicos, por exemplo. O tipo de raciocínio dedutivo é o melhor conhecido e a palavra “lógica” usa-se por vezes como sinônima do estudo, ou até do resultado do estudo, do raciocínio dedutivo. Os silogismos que se estudam constituem uma teoria (originalmente construída por Aristóteles) que pretende dar conta do raciocínio dedutivo.
O que é o raciocínio dedutivo e como se distingue dos outros tipos de raciocínio? A característica central da dedução é esta: se um raciocínio dedutivo for válido, isto é, correto, e se as suas premissas forem verdadeiras, então a conclusão está também garantida como verdadeira. Por exemplo: se for verdade que o João e a Maria foram ao supermercado, então é verdade que o João foi ao supermercado. Este é um raciocínio dedutivo. Mas mesmo que seja verdade que o João costuma ir ao supermercado com a Maria às quintas-feiras, pode ser falso que o João tenha hoje ido ao supermercado, apesar de hoje ser quinta-feira e apesar de um raciocínio indutivo razoável concluir que o João foi hoje ao supermercado.
Um raciocínio dedutivo garante a verdade da sua conclusão se for correto ou válido e se as suas premissas forem verdadeiras; mas um raciocínio por analogia, ou através de exemplos, ou um raciocínio indutivo podem ser corretos e ter premissas verdadeiras e no entanto a sua conclusão ser falsa. Tudo o que um argumento indutivo correto com premissas verdadeiras pode garantir é que é provável que a conclusão seja verdadeira; mas não pode garantir que é realmente verdadeira.